Se não aconteceu é porque não era pra acontecer...
É, não rolou. E ai? Vamos fazer o
quê? Se não aconteceu é porque não tinha que acontecer. Ou porque não havia
chegado a hora certa para acontecer. Talvez, éramos imaturos demais, ou quem
sabe maduros de menos... o fato é que não podemos nos culpar por algo que não
chegou a se realizar se nem estava ao nosso alcance. Não me entenda mal, eu sei
que nós dois queríamos. E queríamos muito. Mas apenas querer não foi o
suficiente. Nos falávamos todos os dias, com uma intensidade que me fez ficar
com uma certa dependência de você. Ir dormir sem um ‘boa noite’ ou acordar sem
um ‘bom dia’ seu estava fora de cogitação. E quando chegou o dia em que eu não
tive essas suas palavras, pode acreditar, realmente foi um tormento. Senti que
tinha entrado em abstinência de você.
E tudo isso com nós dois há quilômetros de distância. Fisicamente não estávamos juntos, mas mental e
emocionalmente estávamos atrelados. Foram várias as madrugadas que passei
teclando com você, trocando emojis carinhosos e dando certeza um ao outro de
que aquele sentimento era recíproco. Nós nos amávamos. Hoje, posso afirmar sem
sombra de dúvidas que nós nos amávamos.
Dói. Não se engane. Dói e muito
referir-me a você no passado. Queria que você estivesse no meu passado quando
ele ainda era presente. Mas eu entendo que, como uma semente tenha o tempo
certo para ser colhida, nós não estávamos prontos para nos colher. Éramos
jovens. Éramos sonhadores. Acreditávamos que poderíamos mudar o mundo. Que
faríamos com que os outros nos aceitassem acima de tudo. Perdemos tempo
tentando provar nosso amor para terceiros, quando na verdade deveríamos tê-lo
provado a nós mesmos. E bem lá no fundo, que isso fique só entre nós, provamos
sim.
Eu costumava ler nos livros que o
Destino era implacável. Nos romances que lia, ele sempre tratava de unir os
mocinhos. Será que não éramos os mocinhos dessa história? Será que o Destino
não deveria nos unir, afinal? Não merecíamos o nosso final feliz? O tempo foi
passando e nos mostrando que sim. Sim. E sim.
Sim, éramos os mocinhos. Mas de
histórias distintas. Você da sua e eu da minha. Hoje, consigo ver com clareza
isso. Você tinha sua vida, seus amigos, seus familiares, seu trabalho, sua
cidade. E eu, os meus. Tínhamos sorrisos diferentes e sabíamos exatamente quem
era o dono de cada um. Você era dona de um meu, e tenho certeza que eu era de
um seu.
Sim, o Destino não deveria nos
unir. Para esta pergunta não tenho respostas. Só tenho entendimentos. E creio
que, quem já passou por idas e vindas desse Destino, possui os mesmos
entendimentos.
E sim, merecíamos nosso final
feliz. Merecemos. Pensávamos que nosso final feliz seria ficarmos juntos.
Pensávamos que a felicidade encontrava-se nos olhos um do outro. Pensávamos que
logo estaríamos perto. Pensávamos que o amor seria suficiente. Pensávamos...
pensávamos e pensávamos... Talvez este tenha sido nosso maior erro: pensamos
demais. Fizemos planos demais. Não nos permitimos mergulhar no desconhecido. Tentamos sempre olhar
mais à frente antes de dar o primeiro passo. Tentávamos buscar um no outro o
motivo da nossa felicidade, quando na verdade deveríamos simplesmente ser
felizes.
É, talvez tenhamos feito tantos
planos, mas tantos planos, que acabamos atrapalhando os planos que o Destino
tinha para nós.
Hoje, podemos parar e olhar para
trás. Ver tudo o que fizemos, todas as pessoas que conhecemos, todas as
situações que passamos, todas as conversas que tivemos, todos os emojis
carinhosos que trocamos. Todas as escolhas que optamos até chegarmos onde
estamos. Eu espero, do fundo do coração, que você esteja feliz. Espero que
tenha encontrado alguém que lhe ame mais do que a amei. E que você ame essa
pessoa mais do que me amou. Que tenham se encontrado (fisicamente) e dito tudo
isso olhando nos olhos um do outro.
É... eu espero, de verdade, que você esteja mais radiante que nunca. Mais corada, sorridente e de bem com a vida...
P.S. (Sempre achei tão elegante
usar P.S. que vou usar aqui também)
Viva. Ame. Sorria. Permita-se.
Mas, acima de tudo, apenas viva.
Quem sabe o Destino ainda não tenha colocado um ponto final na nossa história.
Vai que nos esbarramos por ai?
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